Orientações
Início do Tratamento
Na primeira consulta será colhida a história médica e odontológica do paciente, realizando um exame clinico detalhado, analisando e avaliando se existe indicação para o tratamento Ortodôntico-Ortopédico Facial.
Caso exista a necessidade de tratamento ou de avaliação mais detalhada, serão solicitados exames, a chamada documentação ortodôntica específica para o caso.
No retorno da 1ª consulta serão discutidos o diagnóstico, plano de tratamento, prognóstico, tempo de tratamento, os benefícios e os custos. Existem inúmeros tipos de aparelhos, e o diagnóstico e o plano de tratamento determinam qual o mais indicado para cada correção.
Final do Tratamento
Ao término do tratamento ativo, para manter os resultados obtidos, são colocados aparelhos de contenção cuja finalidade é manter os dentes em sua posição ideal permitindo uma acomodação natural. Nesse período, as fibras que suportam o dente irão se estabilizar na nova posição. O tempo de contenção vai depender do tipo e severidade do problema inicial, portanto, depende de cada caso. Durante esse período, o paciente deve seguir as orientações e vir às consultas para acompanhamento, controle e ajustes na oclusão (mordida).
O Ortodontista avaliará acomodações dentárias, possíveis surtos de crescimento tardios, hábitos orais, previsão de espaço para os terceiros molares (dentes do siso), além do desgaste natural do sistema mastigatório. Após o tratamento ortodôntico, todo procedimento odontológico (restaurações, próteses, problemas de gengiva, etc) deve ser comunicado ao seu Ortodontista, pois pode influenciar na estabilidade do caso.
O dente movimentado tem a tendência de voltar à sua antiga posição, mas, essa situação pode ser controlada pelos aparelhos de contenção. Com o tempo, podem ocorrer mudanças por motivos fora do controle do Ortodontista, tais como: alterações no crescimento, alterações funcionais, respiração bucal, hábitos (como apertar ou ranger os dentes), erupção dos terceiros molares (dentes do siso), distúrbios fonoaudiológicos (má posição da língua) e envelhecimento da face. Por isso é importante o acompanhamento periódico com o Ortodontista, mesmo depois de concluído o tratamento.
Fonte: ABOR
Aftas
O que é uma afta?
A afta ou úlcera aftosa recorrente é uma doença comum que ocorre em cerca de 20% da população e é caracterizada pelo aparecimento de úlceras dolorosas na mucosa bucal (múltiplas ou solitárias).
Quais as características clínicas da afta?
As aftas costumam ser precedidas por ardência e prurido (coceira ou comichão) bem como pelo surgimento de uma área avermelhada. Nessa área desenvolve-se a úlcera recoberta por uma membrana branco-amarelada e circundada por um halo vermelho. Essas lesões permanecem cerca de 10 dias e não deixam cicatriz; em geral o período de maior desconforto perdura por dois ou três dias.
Todas as aftas são iguais?
Não. Atualmente são reconhecidos três tipos de aftas, sendo a vulgar ou minor a forma mais prevalente. As outras formas são mais raras: uma delas é conhecida como herpetiforme (porque lembra a manifestação do herpes simplex) apresentando um grande número de pequenas ulcerações superficiais arredondadas e agrupadas e que também perduram por cerca de 10 dias; a outra forma é chamada afta major, que como o nome indica, produz uma ferida maior (com mais de 1 cm de diâmetro), mais profunda, dolorida, difícil de tratar e que permanece semanas ou, às vezes, meses.
Por que as aftas doem tanto?
As aftas são lesões ulceradas: há exposição do tecido conjuntivo, que é rico em vasos e nervos, o que provoca dor. Além disso, o quadro pode ser agravado por infecções causadas por microrganismos do meio bucal.
O que causa a afta?
Não podemos afirmar que exista um agente etiológico específico. A literatura aponta uma alteração da resposta imunológica como possível causa primária em alguns pacientes e secundária em outros. Os ácidos presentes na alimentação, os pequenos traumas à mucosa, distúrbios gastrintestinais, o ciclo menstrual e o estresse emocional agem como fatores desencadeantes.
Qual a relação entre as aftas e a dieta?
Alguns alimentos quando em contato com a mucosa bucal podem desencadear uma resposta imunológica alterada em certos pacientes, o que provocaria o aparecimento da ulceração. Muitas vezes os pacientes são alérgicos: têm aftas quando ingerem certos alimentos.
As aftas são contagiosas?
Não, pois não se trata de uma doença infecciosa. No entanto, há um traço familiar envolvido. Filhos de pais portadores de aftas apresentam chances bem maiores de também sofrerem com aftas.
Outras doenças podem parecer aftas?
Sim. O câncer de boca, ou carcinoma epidermóide, frequentemente começa como uma lesão ulcerada. Por isso, frente a uma úlcera bucal que não cicatriza dentro de 15 dias, o paciente deve procurar o Cirurgião Dentista para o diagnóstico da lesão. Além disso, algumas doenças infecciosas, como o herpes, e algumas doenças dermatológicas com ocorrência intrabucal, como o lúpus (embora tenham características próprias bem conhecidas), em certas fases de seu desenvolvimento pode parecer-se com aftas, principalmente para o leigo.
Qual o tratamento para as aftas?
Não existe tratamento que seja eficaz para todos os portadores de aftas. Alguns têm uma lesão aftosa uma vez por ano outros apresentam lesões múltiplas diuturnamente. As medicações de uso sistêmico, como os imunossupressores, são mais efetivas na redução dos sintomas, mas possuem efeitos colaterais indesejáveis, às vezes graves, sendo, por isso, reservadas para os casos mais severos da doença, exigindo o acompanhamento atento de um especialista. Para os indivíduos com quadros clínicos mais leves, a melhor abordagem é a aplicação tópica de antissépticos, anti-inflamatórios tópico (triancinolona), anestésicos ou protetores de mucosa, naturais ou sintéticas. Geralmente desaparece em 7 a 15 dias. O Cirurgião Dentista deve ser consultado para um adequado diagnóstico e orientação terapêutica.
ATM e DTM
O que é ATM?
ATM é a abreviatura de “Articulação Temporo Mandibular”. Essa articulação situa-se logo à frente do ouvido e é responsável pelos movimentos executados pela mandíbula.
Qual é a principal característica de um paciente que tem problemas de ATM?
O principal indicativo de uma alteração na ATM é o estalido (clique) normalmente acompanhado de dor que se manifesta na cabeça, face, pescoço, olhos e dentes. A ausência de dor não é sinal de normalidade. O estalido (clique), por si só, já traduz problemas nas ATMs.
Quais as principais causas dos problemas de ATMs?
Toda e qualquer doença necessita de mais de um fator para a sua ocorrência. O fator principal deve ser acompanhado dos fatores que contribuem, modificam ou perpetuam a doença.
No caso da disfunção das ATMs acredita-se que o fator principal seja a mal oclusão (relacionamento inadequado entre os dentes da maxila e mandíbula), sendo o “stress”, os hábitos para funcionais e algumas doenças sistêmicas ou hormonais capazes de contribuir, modificar ou perpetuar o seu aparecimento.
Contudo, sabe-se que a ordem dos fatores principais e secundários pode alterar-se havendo diferentes pesos no julgamento de quem é o agente iniciador da disfunção.
Por que acontece o estalido (clique) nas ATMs?
Entre as faces articulares dos ossos que compõem as ATMs (osso temporal e côndilo da mandíbula) existe uma estrutura fibrocartilaginosa chamada disco articular, cujas principais funções são amortecer e amoldar as superfícies ósseas incongruentes da articulação, evitando traumas e desgastes prematuros. Quando o disco articular se desloca de sua posição fisiológica, acontece o estalido (clique), notado nos movimentos mandibulares, tais como: falar, mastigar, cantar, bocejar etc.
Por que o problema de ATM pode causar dor de cabeça?
As dores de cabeça provenientes das disfunções de ATM, em geral, não são propriamente de cabeça: são dores nos músculos que envolvem a cabeça. Posições posturais viciosas, relacionamento dental inadequado, apertamento e/ou ranger de dentes, associados ao “stress”, normalmente culminam em quadros crônicos de dores nos músculos da face, da cabeça e do pescoço.
Por que o problema de ATM pode causar dor de ouvido?
A proximidade entre a ATM e o ouvido pode ocasionalmente confundir o paciente sobre o local de origem da dor. Na realidade, a dor de ouvido é diferente da dor de ATM. Como diagnóstico diferencial, as disfunções das ATMs não manifestam febre, não eliminam secreção pelos ouvidos e não são acompanhadas por quadros infecciosos das vias aéreas superiores.
Existe relação entre dentes e ATM?
Sim.
O “encaixe dental” (oclusão) é responsável pela posição do côndilo (cabeça da mandíbula) dentro da articulação. Ocluir os dentes mais para a frente, para trás ou para os lados traz consequências para as ATMs. O ideal é que a oclusão tenha um relacionamento adequado para manter côndilo e disco articular harmônicos e bem posicionados entre si a fim de que a articulação seja saudável.
Qual é o tratamento indicado?
O tratamento é multifatorial. Depende do estágio da disfunção e principais causas. O Cirurgião Dentista deve estar habilitado para detectar e tratar da DTM
Quais são as consequências do não-tratamento?
A disfunção temporomandibular é uma doença que, depois de instalada, é quase sempre progressiva. O que não se consegue determinar com exatidão é a sua velocidade de progressão e as suas consequências. Portanto, o ideal é o tratamento precoce que certamente proporciona melhores soluções e resultados.
O que é dor orofacial?
Dor orofacial pode ser definida como uma dor que acomete a região orofacial, ou seja, a boca, face, cabeça e o pescoço. São dores que podem ocorrer devido a problemas musculares da articulação temporomandibular (ATM), dentes, vasos sanguíneos e/ou dos nervos. Dentre as condições dolorosas mais comuns da região orofacial destacam-se as dores de origem musculoesquelética, mais conhecidas pelo termo disfunções temporomandibulares (DTMs).
O que é DTM?
DTM é um termo que inclui um número de problemas clínicos que envolvem a musculatura mastigatória, a ATM e estruturas associadas, ou ambas. Pode gerar dores de cabeça, cansaço muscular, dor nas ATMs, dores próximas à região do ouvido, dores na região do pescoço, mordida instável e/ou dificuldade de mastigação.
Quais são os sintomas mais comuns?
Dor na região do ouvido sem infecção, dor ou desconforto na região da ATM mais comumente ao acordar ou no final da tarde, dor na ATM durante a fala ou a mastigação, dificuldade para abrir ou fechar a boca, cansaço nos músculos da face e/ou da mastigação, sensibilidade dentária quando não há nenhum problema aparente.
O que pode causar DTM?
Cada indivíduo engole cerca de 2.000 vezes por dia, o que gera o contato dos dentes superiores e inferiores. Assim, situações como mordida instável, dentes perdidos, mau alinhamento dentário, apertamento e/ou rangido dos dentes (também conhecido como bruxismo), trauma na cabeça ou no pescoço e má postura podem causar problemas, pois os músculos têm de trabalhar mais para compensar essas falhas. Assim, os músculos podem entrar em fadiga e alterar toda a função do sistema mastigatório, causando dor e desconforto.
O que é o bruxismo?
Bruxismo é o apertamento ou rangido dos dentes, que pode ocorrer enquanto o indivíduo está acordado ou dormindo. É uma atividade danosa ao sistema mastigatório, pois pode gerar desgaste dos dentes ou dor muscular, entre outros problemas. Indivíduos com dentes desgastados, portanto, necessitam de uma avaliação para verificar se possuem quadro de bruxismo ativo e se há necessidade de tratamento. É importante ressaltar que alguns medicamentos podem induzir ou agravar essa situação.
O que eu posso fazer para tratar a DTM?
A maioria dos casos pode ser tratada pela promoção de repouso das articulações e dos músculos mastigatórios. Isso pode ser conseguido por meio de manobras odontológicas, como por exemplo, a confecção de aparelhos oclusais, utilização de medicamentos e, fundamentalmente, pela aquisição de novos hábitos saudáveis. Em muitos casos, o paciente pode apresentar melhora com manobras simples, como adoção de dieta com alimentos macios, exercícios físicos para os músculos da mastigação, educação das funções mastigatórias, compressas quentes e frias e controle do apertamento dentário. Em casos muito específicos, pode ser necessária uma intervenção cirúrgica.
A DTM é permanente?
Essa condição é episódica e pode ocorrer em fases de estresse ou após algum evento físico (como um trauma) ou emocional. É fundamental, entretanto, que o paciente procure por tratamento para que a dor não se torne crônica (de longa duração), o que torna o tratamento muito mais difícil.
Fonte: CROSP
Cremes e Pastas Dentais
Qual a função da pasta dental?
A efetividade da remoção de placa bacteriana é 70% maior quando se usa dentifrício. Além disso, a formação de uma nova de placa é reduzida em 45% com o uso do creme dental. Embora o dentifrício não seja indispensável para a remoção de placa, tem-se comprovado a sua importância para garantir a limpeza e o polimento dental.
Qual a quantidade de pasta ideal?
A quantidade de pasta só tem relevância quando se trata de crianças com menos de 6 anos, que podem ingerir dentifrício involuntariamente ao escovar os dentes. Uma quantidade pequena deve ser usada, para reduzir a ingestão de flúor. Recomendamos a técnica transversal: ao invés de se colocar pasta em toda extensão da escova, cruza-se esta com o dentifrício. Isso é particularmente importante quando as crianças também bebem água fluoretada. Assim, serão reduzidos os riscos de se adquirir fluorose dental.
Qual a diferença entre pasta dental anticárie, antitártaro e antiplaca?
A anticárie contém flúor, e a antitártaro contém substâncias que reduzem a formação de tártaro. Deve-se esclarecer que os dentifrícios antitártaro não removem cálculo dental mecanicamente, o que deve ser feito pelo Cirurgião Dentista; o dentifrício interfere apenas em sua formação. As pastas antiplaca contêm substâncias antimicrobianas.
Quais os tipos de flúor e sua concentração na pasta?
A adição de uma ou outra forma de flúor na pasta (as mais comuns são o NaF e o MFP) varia de acordo com o tipo de abrasivo que esta contém. Não se recomenda o uso de cremes dentais com concentração de flúor abaixo de 1000 ppm, pois a sua eficiência ainda não está comprovada (1000- 1100 ppm são o ideal). Já os que apresentam mais de 1100 ppm de flúor garantem que, mesmo havendo uma certa inativação do flúor (em casos de produtos cuja validade está vencida), uma quantidade significativa para o controle da cárie será mantida.
Qual a função do bicarbonato de sódio?
Por ser o bicarbonato de sódio uma substância alcalinizante e tamponante, hipoteticamente ele poderia neutralizar os ácidos produzidos na placa dental quando da exposição a açúcar.
Existe diferença na abrasividade das pastas?
Existem dentifrícios de abrasividade baixa, média e alta. Deve-se enfatizar que um abrasivo no dentifrício é fundamental para garantir a limpeza e o polimento dental. Desgaste e abrasão dental estão mais relacionados com o modo de escovar, o tipo de escova, as substâncias ácidas (refrigerantes, enxaguatórios, frutas) consumidas ou usadas antes da escovação do que com o poder intrínseco do abrasivo.
Qual a idade ideal para introduzir a pasta dental na higiene da criança?
O ideal é que haja pais comprometidos com a saúde bucal dos filhos, e não que se estipule uma idade. Ao mesmo tempo em que o flúor dos dentifrícios é indispensável para o controle da cárie, sua ingestão deve ser controlada, devido ao risco de fluorose dental.
As pastas para sensibilidade são efetivas? Qual a duração do seu efeito?
Estudos com dentifrícios contendo nitrato de potássio têm mostrado média de 30% de redução de sensibilidade a jato de ar frio. Essa redução vai depender do limiar de sensibilidade do indivíduo, do uso de substâncias erosivas e do modo de escovar os dentes.
Como funcionam e quais os tipos de pastas clareadoras? Existem contraindicações?
O princípio básico está no poder oxidante do peróxido, que descora os dentes ao oxidar pigmentos dentais, promovendo assim uma “remoção” química.
A princípio não há contraindicação, mas deve haver racionalidade na indicação.
Qual a pasta ideal?
De modo geral, a indicação é a pasta em gel fluoretada, outras recomendações em casos específicos avaliados pelo Dentista.
Qual a diferença entre pasta, gel ou creme na efetividade das pastas dentais?
Nenhuma, e é impossível fazer qualquer inferência quanto a flúor, abrasividade, efeito antiplaca, antitártaro etc. pela simples aparência de um dentifrício.
Fonte: Revista da APCD
Dentes de Leite
Devo me preocupar em caso de atraso na vinda dos primeiros dentes de leite?
Não, pois a idade média normal para o nascimento é por volta de 6 meses de idade. Um atraso em torno de mais 6 ou 8 meses ainda poderá ser considerado dentro dos padrões da normalidade em nossa população. Também poderemos ter dentes de leite que erupcionam (nascem) antes do prazo médio, ou seja, logo após o nascimento (“dente natal”), ou por volta de 2 a 3 meses de idade (“dente neonatal”). Se isso ocorrer, procure o odontopediatra.
Quando nascer os dentes do bebê, poderá ocorrer febre ou diarréia?
Sim. Ao nascimento dos dentes do bebê, poderão ocorrer alguns sintomas, como coceira e abaulamento da gengiva, com aumento da salivação, estado febril, e até as fezes podem ficar mais líquidas.
Para ajudar o rompimento dos dentinhos e melhorar esse desconforto, deveremos oferecer ao bebê alimentos mais duros e mordedores de borracha para massagear a gengiva.
Se os dentes de leite são temporários, por que é importante tratá-los?
A presença dos dentes de leite é muito importante porque prepara o caminho (guia) para a erupção dos dentes permanentes, mantendo em equilíbrio harmônico o crescimento das estruturas da face (dentes, ossos e músculos); proporciona uma mastigação e deglutição adequadas dos alimentos e consequente digestão.
Um dente de leite comprometido seriamente por um processo de cárie poderá levar a uma infecção, acarretando a má formação do dente permanente. Além disso, quando deparamos com crianças esteticamente comprometidas, percebemos que ocorrem nelas uma dificuldade de comunicação e integração social.
No caso de perda do dente de leite por trauma (bater a boca), qual procedimento deverá ser tomado?
Se a criança bater a boca, deverá procurar o odontopediatra, para o exame e a radiografia da região atingida, fazendo uma avaliação do caso. Se houver trauma, guardar o fragmento em soro fisiológico, para tentar o procedimento clínico de colagem. Caso ocorra perda do dente, levar o mesmo, em soro fisiológico ou leite, ao odontopediatra, onde será feita a avaliação do procedimento adequado.
O uso da mamadeira estraga os dentes?
O uso da mamadeira após a erupção dos dentes poderá levar a chamada cárie de mamadeira, quando apresentar um uso descontrolado e contínuo. O fato de se adicionar outro componente, como açúcar e cereais, leva a um aumento da cárie. Também recomendamos que a mamadeira noturna seja suspensa tão logo erupcione o 1″ dente; caso haja dificuldade, poderá se oferecer água pura.
Assim, a Academia de Pediatria Americana recomenda que o uso da mamadeira deverá ser interrompido dos 9 meses ao 1º ano de vida. Essa redução deverá ser gradual.
Quando deve ser iniciada a escovação dos dentes de leite?
A escovação dos primeiros dentes deverá ser iniciada assim que estes estejam erupcionando, com escova infantil e de cerdas macias. Antes da erupção dos dentinhos, a boca e a gengiva do bebê já deverão ser limpas com a ponta de uma fralda ou com gaze embebida em água filtrada. Os hábitos de higiene, aprendidos quando criança, serão levados para a vida adulta.
A aplicação do flúor deve ser iniciada na dentição de leite?
A aplicação de flúor no consultório dentário deverá ser iniciada já na dentição de leite (dentição decídua), assim que esta esteja completa por volta de 2 anos e meio a 3 anos de idade.
0 flúor é um dos agentes importantes na redução da cárie dentária (que é uma doença infectocontagiosa), em conjunto com outros métodos de prevenção, tais como a escovação e a dieta equilibrada, além do consumo de água fluoretada.
O uso da chupeta (ou mesmo chupar o dedo) faz os dentes entortarem?
Sim. A chupeta ou a sucção do dedo leva a um desequilíbrio das arcadas dentárias e à má posição dos dentes. 0 hábito da chupeta deverá ser interrompido por volta dos 3 anos de idade, quando a criança já está consciente de suas vontades e não requer mais a compensação de sugar. Portanto, devemos encorajá-la a deixar o hábito, sendo, às vezes, uma troca agradável e consciente.
A retirada do hábito de sucção do dedo requer mais consciência por parte da criança, força de vontade e sua colaboração, que poderá acontecer um pouco mais tarde. Nos casos mais severos, a avaliação de um psicólogo é recomendável.
O uso de antlbiótico pode manchar os dentes de leite?
0 antibiótico que mais poderá levar a manchas nos dentes de leite é a tetraciclina, quando administrada durante a gestação em grande quantidade e longa duração. 0 mesmo pode acontecer para os dentes permanentes quando administrado à criança logo após o nascimento.
Fonte: Revista da APCD
Dentes do Siso
Quantos dentes do siso existem?
Existem quatro dentes do siso: dois superiores, sendo um direito e um esquerdo, e dois inferiores, também direito e esquerdo.
Em que idade eles normalmente erupcionam?
A erupção ocorre normalmente dos 17 aos 20 anos, portanto, são os últimos dentes da dentição a erupcionar.
Todo mundo tem o dente do siso?
Não.
Por que às vezes eles não erupcionam?
Porque algumas pessoas não possuem mesmo o dente do siso (germe dental) e às vezes, não erupcíonam por falta de espaço na arcada dental, ou ainda, pela posição horizontal do dente, o que dificulta a sua irrupção.
O que acontece se ele ficar dentro do osso (não erupcionar)?
Pode produzir reabsorções de dentes vizinhos, transtornos dolorosos ao paciente e possíveis degenerações (lesões císticas).
O que acontece se ele erupcionar parcialmente?
A erupção parcial ocorre geralmente por falta de espaço na arcada ou pela posição horizontal do dente. Ambos os casos dificultam a erupção, ocorrendo, dessa forma, a erupção parcial do siso. Esse quadro pode provocar gengivites (inflamação da gengiva), abscessos na região, irritação local, dor e edema.
É verdade que o dente do siso empurra os outros dentes, provocando mudanças de posição?
Há duas correntes: a primeira diz que, se houver espaço suficiente para a erupção do siso e o paciente não tiver tendência a apinhamento (mudança de posição), não haverá problemas. Já a segunda diz que se o espaço for insuficiente e o paciente submetido à ortodontia e com tendência a apinhamentos, ou mesmo, só submetido à ortodontia, mas com a mesma tendência, poderá ter problemas futuros, como o apinhamento de dentes.
Quando a gengiva do dente do siso que está erupcionando inflama, o que fazer?
Deve ser feita a remoção do tampão gengival que cobre parcialmente a superfície dental (ulectomia) ou a curetagem gengival, ambos realizados pelo profissional. 0 paciente para melhorar esse quadro inflamatório poderá realizar higiene oral rigorosa no local e bochechos com anti-sépticos bucais, mas para resolver o problema o paciente deverá procurar um Cirurgião Dentista.
Quando é indicada a extração do siso?
A sua extração está indicada na ausência de espaço para a erupção, no posicionamento horizontal do siso, nos quadros de dor e quando se inicia a erupção e esta não se completa, ou seja, há erupção parcial do siso. Quando se faz a extração de um siso provavelmente terá que ser feita a extração de ambos os sisos do mesmo lado, isto é, do superior e do inferior.
Fonte: Revista da APCD
Flúor
O flúor faz mal à saúde?
Não. O flúor é benéfico pois reduz a cárie dentária, um grande problema de saúde que afeta mais de 95 % da população. Porém, deve ser ingerido na dosagem correta, para haver a prevenção sem efeitos colaterais.
De que maneira o flúor fortalece o dente?
Ele deve estar presente na saliva e, consequentemente, banhando os dentes, interferindo nos microrganismos produtores da cárie e alterando os cristais do esmalte, tornando-os mais resistentes ao ataque da cárie.
Quais as formas se usar o flúor?
O flúor pode ser ingerido através da água de abastecimento público e do sal de cozinha e pode ser adicionado ao leite (geralmente em programas alimentares em escola) sob a forma de comprimidos ou gotas. Essas formas são chamadas de “sistêmicas” porque têm um metabolismo próprio no corpo humano. 0 flúor pode ser usado localmente nos dentes por meio de cremes dentais (pastas de dente), bochechos, aplicações tópicas realizadas por Cirurgiões Dentistas ou auxiliares ou, ainda, por vernizes fluoretados.
Deve-se tomar flúor na gravidez para benefício da criança?
Não se deve tomar flúor na gravidez pois se a mãe recebe normalmente o flúor sistêmico, através da água, por exemplo, uma pequena parte do flúor chega até o feto. Por outro lado, se a gestante não receber flúor sistêmico e começar a tomá-lo na gravidez, serão necessários cerca de 6 meses para haver embebição e saturação do flúor no corpo da mãe, para depois chegar ao filho. Se somarmos esses 6 meses com 2 meses, aproximadamente, para o diagnóstico da gravidez, o tempo útil fica reduzido.
A aplicação tópica periódica de flúor em crianças funciona? E nos adultos?
A aplicação periódica de flúor em crianças funciona reduzindo o risco de cárie. A frequência maior em geral é mais benéfica. Já a aplicação tópica em adultos reduz a incidência de cárie, embora com resultados mais modestos do que em crianças. Deve-se lembrar que a interrupção do uso do flúor pode aumentar ligeiramente o aparecimento de novas cáries.
Quando se deve fazer a primeira aplicação de flúor na criança?
A primeira aplicação de flúor deve ser feita o mais precocemente possível, isto é, após o nascimento dos dentes de leite.
O flúor interfere na doença gengival?
Não. Somente de forma indireta, pela redução da cárie.
Nas cidades onde existe fluoretação de água, há problema em usar pasta ou bochecho com flúor?
Não há problema em usar pasta ou bochechos com flúor em cidades com fluoretação das águas, desde que não ocorra ingestão da pasta ou da solução do bochecho.
Faz mal à criança engolir pasta com flúor?
Não é recomendável. Se ocorrer a ingestão sistemática (sempre que escovar os dentes) por muitos anos, esta poderá causar a fluorose dentária. 0 volume de pasta a ser colocado na escova deve ser limitado a 0,5 cm, ou menos, em função da idade da criança. A ingestão ocasional não traz maiores problemas.
Fonte: Revista da APCD
Mau Hálito
Todas as pessoas têm mau hálito?
Se considerássemos o hálito desagradável ao acordar praticamente 100% da população seria portadora de halitose. Por isso, o hálito da manhã é considerado fisiológico. Ele acontece devido a leve hipoglicernia, a redução do fluxo salivar para virtualmente zero durante o sono e ao aumento da flora bacteriana anaeróbia proteolítica. Quando esses microrganismos atuam sobre restos epiteliais descamados da mucosa bucal e sobre proteínas da própria saliva, geram componentes de cheiro desagradável (metilmercaptana, dimetilsulfeto e principalmente sulfidreto, que tem cheiro de ovo podre). São os compostos sulfurados voláteis, conhecidos abreviadamente por CSV. Após a higiene dos dentes (com fio dental e escova), da língua (com limpador lingual) e após a primeira refeição (café da manhã), a halitose matinal deve desaparecer. Caso isso não aconteça, podemos considerar que o indivíduo tem mau hálito e que este precisa ser investigado e tratado.
É possível que eu tenha mau hálito e não saiba disso?
Sim. As pessoas que têm um mau hálito constante, por fadiga olfatória, não percebem seu próprio hálito. Somente as pessoas que têm períodos de halitose e períodos de normalidade conseguem percebê-lo.
Como eu posso saber se tenho ou não mau hálito?
A maneira mais simples de identificá-lo é pedir a um familiar ou a um amigo de confiança que faça essa avaliação para você. Caso você identifique o problema ou caso você se sinta constrangido a pedir a alguém que o avalie, pode procurar um Cirurgião Dentista para que este possa ajudá-lo no diagnóstico e no tratamento da halitose. Atualmente, e cada vez mais, existem Cirurgiões Dentistas interessados no assunto, e muitos deles até já dispõem de um aparelho para medir e avaliar seu potencial de lialitose.
Então, dá para se medir o hálito?
Sim, atualmente existe à disposição dos profissionais interessados um aparelho que é capaz de medir compostos sulfurados voláteis e que serve para orientar quanto à gravidade da lialitose e quanto à melhora e à cura durante o tratamento.
Também é útil para demonstrar claramente para certos pacientes que eles não possuem nenhum cheiro desagradável na boca, quando este é o caso. Certos pacientes halitofóbicos ficam muito apreensivos, com medo de terem lialitose e desconhecerem o fato.
Qual a causa do mau hálito?
É muito bom que se diga que os casos de halitose não podem ser explicados por um único mecanismo. Existem casos de lialitose tanto por razões fisiológicas (que requerem apenas orientação) como por razões patológicas (que requerem tratamento), por razões locais (feridas cirúrgicas, cárie, doença periodontal, etc) ou sistêmicas (diabetes, uremia, prisão de ventre etc).
Por isso pode-se concluir que todas as possíveis causas devem ser investigadas e que o tratamento será direcionado de acordo com a causa identificada. No entanto, 96% ou mais dos casos de lialitose se devem à presença de saburra lingual e, assim, devem ser tratados.
O que é saburra?
Saburra é um material viscoso e esbranquiçado ou amarelado, que adere ao dorso da língua em maior proporção na região do terço posterior. A saburra equivale a uma placa bacteriana lingual, micro em que os principais organismos presentes são dos tipos anaeróbios proteolíticos, os quais, conforme foi explicado para a lialitose da manhã, produzem componentes de cheiro desagradável no final de seu metabolismo.
Se a saburra é formada por microrganismos, o mau hálito é contagioso?
Não. A saburra somente se forma em pessoas com predisposição à sua formação. Por isso, é muito comum observarmos casais em que apenas um dos parceiros apresenta hálito muito desagradável a ponto de incomodar o outro.
O que predispõe à formação de saburra?
A causa primária da formação de saburra é a leve redução do fluxo salivar, com a presença de uma saliva muito mais rica em mucina (“gosmenta”) e que facilita a aderência de microrganismos e de restos epiteliais e alimentares sobre o dorso da língua.
É bom que se diga que existem vários graus de redução do fluxo saliva: quando a redução é severa (de 0 a 0,3 ml/minuto, sob estímulo mecânico) já não encontramos saburra, mas sim, outros tipos de desconforto. A medida do fluxo salivar (sialometria) deve ser feita por um profissional habilitado para isso. Também é importante a avaliação das causas da redução do fluxo salivar para que se possa decidir sobre o tratamento. Uma causa bastante comum é o “stress” constante.
Como se livrar da saburra e do mau hálito?
Existem pelo menos 3 abordagens:
Remoção mecânica da saburra por meio de limpadores linguais. Existem vários modelos de limpadores linguais disponíveis no mercado americano e no Brasil encontramos um limpador lingual muito eficiente (modelo em forma de “V”).
Manutenção da superfície lingual deixando-a a mais oxigenada possível com o uso de oxidantes. Existem vários oxidantes no mercado que podem ser úteis para esse fim, desde a água oxigenada (usada diluída), o Amosan, até os de última geração (geralmente formulações com um componente antimicrobiano e um oxidante potente). Provavelmente, em pouco tempo, encontraremos no mercado, à disposição apenas dos profissionais, um desses produtos.
Identificação da causa da redução do fluxo salivar para que se possa estabelecer o tratamento adequado.
As duas primeiras abordagens garantem um hálito agradável; porém, exigem a manutenção desses cuidados. A terceira abordagem, uma vez realizada com sucesso, garante resultados mais duradouros, sem a necessidade de manutenção do uso de produtos para o controle de saburra, porque esse procedimento corresponde à eliminação da causa primária.
Como posso melhorar meu mau hálito que acontece só de vez em quando?
Quando o mau hálito não é crônico, mas apenas esporádico, devemos observar uma higiene bucal e lingual adequadas, estimular a salivação de maneira fisiológica (isto é, sem o uso de medicamentos) com balas sem açúcar, gomas de mascar, gotas de suco de limão com um pouco de sal, ou, mais eficientemente, com uma ameixa japonesa condimentada, conhecida como “umebochi”. Devemos ainda cuidar da alimentação (evitar o excesso de proteína, gordura, condimentos e alimentos de cheiro carregado) e manter uma frequência de ingestão de água e de alimento (que contenha algum carboidrato) a cada 3 ou 4 horas.
Então, o uso de gomas de mascar melhora o hálito?
Sim. Em primeiro lugar, age como um mascarado do hálito e, em segundo, o que é mais importante, aumenta a salivação.
Tenho gastrite. Acho que é por isso que tenho mau hálito. O mau hálito pode vir do estômago?
Não. É muito comum os pacientes pensarem dessa forma incorreta. Também é muito comum pacientes com gastrite terem mau hálito. Vamos explicar melhor esse mecanismo: à medida que a saburra se forma ela passa a ser um meio propício também à instalação e à proliferação de microrganismos patogênicos cuja porta de entrada é a boca. São exemplos os microrganismos causadores de doenças pulmonares, gastrintestinais e até mesmo de amigdalites e de doenças periodontais. No caso da relação lialitose versus gastrite, a redução do fluxo salivar propicia a formação de saburra, a qual permite que o Heficobacterpilor se instale no dorso lingual, prolifere e aumente em número, podendo chegar ao estômago e desencadear a gastrite. Na verdade, a manutenção do fluxo salivar em condições normais não evita apenas a formação de saburra e mau hálito, mas também previne a possibilidade de o paciente se tornar predisposto à gastrite, pneumonia, amigdalite, periodontite etc.
Já consultei vários profissionais sem ter a Solução para o meu problema. Halitose tem cura?
Claro que tem cura. Às vezes, atingir a cura demada um pouco mais de tempo, mas sempre existe a possibilidade de controle. A maior parte das pessoas crê que qualquer Cirurgião Dentista está amplamente informada respeito de mau hálito, o que nem sempre é verdade. O mesmo pode-se dizer em relação aos Médicos.
0 atendimento nessa área é diferente do atendimento odontológico de rotina. Atualmente, muitos estão bastante interessados e estão investindo em conhecimentos sobre o assunto. Assim, se o seu Cirurgião Dentista não se achar em condições de lhe oferecer um excelente atendimento, com certeza saberá encaminhá-lo para um colega que tenha feito esse tipo de treinamento.
Fonte: Revista da APCD
Prevenção Ortodôntica
Prevenir significa manter estímulos adequados do desenvolvimento da face e dos dentes, garantindo uma boa influência dos fatores naturais condicionados.
Isto significa cuidar deste desenvolvimento a partir da vida intrauterina e mais ativamente após o nascimento da criança.
Os fatores locais mais influentes são:
Respiração – a mais importante. O ideal é respirar predominantemente pelo nariz, havendo selamento dos lábios (boca fechada). É de Fundamental importância avaliação conjunta com o profissional Médico Otorrinolaringologista.
Alimentação – inicialmente expressa pela amamentação, preferencialmente natural e ou artificial com bicos ortodônticos e substitua progressivamente pela mastigação (dieta sólida). Imprescindível o acompanhamento do Pediatra e Odontopediatra.
Deglutição – a deglutição infantil passa por um processo de maturação desde o nascimento devendo estar perfeitamente condicionada aos três anos de idade, aproximadamente na dentição decídua completa. É fundamental o acompanhamento conjunto com o profissional da Fonoaudiologia.
Fonação – articular corretamente os fonemas, responsável pela comunicação oral. É fundamental o acompanhamento conjunto com o profissional da Fonoaudiologia.
Hábitos – evitar a persistência dos hábitos como: sucção digital (chupar dedo), sucção de chupeta, mordedura dos lábios, unha e/ou objetos. Imprescindível o acompanhamento conjunto com o profissional da Psicologia.
Fonte: ABOR
Tratamento Ortodôntico
O que é Ortodontia?
Ortodontia é a especialidade da Odontologia que estuda o crescimento e desenvolvimento da face, bem como o desenvolvimento das dentições decídua (de leite), mista e permanente, seus desvios de normalidade, prevenindo, interceptando e corrigindo as más oclusões.
Em que idade deve ser realizada a primeira consulta ao ortodontista?
Apesar de não existir idade mínima para realizar a primeira consulta ao Ortodontista, a época mais oportuna é no começo da troca dos dentes de leite pelos dentes permanentes, ou até mesmo antes se for diagnosticado algum problema.
O clínico geral poderá fazer essa avaliação inicial e encaminhar o paciente se necessário?
Sim. O clínico geral ou o Odontopediatra (Cirurgião Dentista responsável pelo tratamento em crianças) normalmente estão preparados para detectar alguma alteração da normalidade e encaminhar para uma avaliação ao Ortodontista.
Quais os tipos de correções realizadas?
O Ortodontista, atualmente, inicia seu tratamento com condutas mais simples, como a manutenção de espaços nos casos de perda prematura de dentes, corrigindo até casos mais complexos, como os tratamentos ortodômicos associados ao aumento ou diminuição cirúrgica dos maxilares.
Quando da necessidade de tratamento, quais os benefícios além da estética?
A função principal do tratamento ortodôntico é restabelecer a oclusão dentária (encaixe adequado dos dentes superiores e inferiores) que é fundamental para a correta mastigação e, consequentemente, adequada nutrição e saúde bucal. Com o restabelecimento da oclusão, evitam-se problemas de respiração, deglutição, fala e da articulação temporo mandibular.
O paciente adulto poderá se submeter ao tratamento?
Sim. Não existe idade máxima para a realização de tratamento ortodôntico, embora no paciente adulto alguns cuidados especiais devam ser tomados, principalmente em relação aos tecidos de suporte dos dentes, que podem chegar a contraindicar o tratamento. Este pode ser mais lento e limitado, devido à falta de crescimento, problemas periodontais, perdas de elementos dentários e maior comprometimento das estruturas dentárias devido a próteses ou restaurações extensas.
Quais são os tipos de aparelhos?
Os aparelhos podem ser divididos em dois grupos: o fixo e o removível. 0 aparelhos fixos são unidos aos dentes através de uma substância adesiva ou cimento e são compostos por braquetes (metálicos, plásticos ou cerâmicos), tubos e anéis, que suportam o arco metálico responsável pela movimentação dentária. Permitem maior movimentação dos dentes e independem da colaboração do paciente.
Já os aparelhos removíveis são encaixados na boca podendo ser retirados pelo paciente ou pelo Ortodontista, e dependem da colaboração do paciente. Podem ser ortodônticos, os quais realizam pequenas movimentações dentárias, ou ortopédicos, utilizados nas correções esqueléticas (ósseas).
Existe aparelho estético?
Sim, hoje em dia, existem aparelhos como os de cerâmica, que são bastante estéticos, em que as peças de suporte se confundem com a colaboração do dente. Existem também outras técnicas mais recentes de aparelhos estéticos.
Quanto tempo demora em média o tratamento?
É difícil de se prever o tempo de um tratamento ortodôntico, pois este depende de vários fatores como respostas biológicas individuais, tipo de má oclusão, tipo de aparelho utilizado e principalmente a colaboração do paciente.
É dolorido?
O tratamento ortodôntico, no início, pode causar uma pequena sensibilidade, principalmente na fase de colocação do aparelho. Após essa fase, poderá existir uma pequena pressão e algum desconforto cerca de 24 a 48 horas após os ajustes praticados pelo Ortodontista.
Existe algum risco no tratamento?
Quando o tratamento é bem planejado e executado por profissional qualificado, não existem riscos maiores ao paciente, desde que este siga todas as instruções dadas principalmente no aspecto de higiene bucal (pois os detritos podem causar problemas gengivais, periodontais, manchas brancas ou, mesmo, cáries dentárias).
Se os pais possuem má posição dos dentes, o mesmo pode ocorrer com os filhos?
Sim. Apesar de o problema genético ser um dos fatores do aparecimento da má oclusão nos filhos, outros fatores podem levar a tratamento ortodôntico, como respiração bucal, hábitos como sucção prolongada de dedo ou chupeta, deglutição atípica e outras anomalias dentais.
É necessário extrair dentes permanentes?
Em muitos casos, a extração de dentes permanentes se faz necessária, principalmente naqueles em que há falta de espaço para a acomodação de todos os dentes no arco. 0 resultado deve ser um perfil harmonioso, agradável, com lábios contatados, sem esforço muscular e perfeita harmonia dentária. Quando bem indicadas as extrações não trazem prejuízo algum ao paciente.
Existe a possibilidade de os dentes retornarem à posição original?
À posição original, não. Podem ocorrer pequenas acomodações pós-tratamento, que podem estar ligadas ao crescimento e às alterações funcionais. Essa tendência é normalmente bem controlada e minimizada através de um bom planejamento, de perfeita execução da técnica ortodôntica, bem como da utilização correta dos aparelhos de contenção.
Fonte: ABOR
Traumatismos Dentários
Situações de emergência envolvendo a boca e os dentes quase sempre se transformam em experiências dramáticas para pais e crianças. As estatísticas mostram que cerca de 14% das crianças e adolescentes passam, de alguma forma, por essas situações de emergência.
Por isso, é importante estar preparado para se ter a atitude correta num momento desses.
Apresentaremos, assim, os traumatismos mais comuns e qual a melhor atitude que deve ser tomada em tais circunstâncias.
Cortes e sangramentos
Quando uma criança sofre um traumatismo que provoca corte ou sangramento deve-se colocar no lugar, sobre o ferimento, uma compressa de gaze ou pano limpo e pressionar bem, para que o sangramento seja controlado. Muitas vezes, é necessário suturar o ferimento, para que a cicatrização se processe de maneira adequada, e, tão logo seja possível, deve-se consultar um Cirurgião Dentista.
Os primeiros passos de uma criança
Os acidentes mais comuns que ocorrem na dentição de leite são os que envolvem bebês e crianças que estão aprendendo a andar.
O dente amolece em seu alvéolo ou é deslocado de sua posição original, podendo se deslocar para dentro do alvéolo (intruir) ou descer, dificultando o fechamento da boca. O Cirurgião Dentista deve ser consultado, para que a extensão do dano seja avaliada. Muitas vezes esse dano é maior do que aparenta ser.
Frequentemente é preciso radiografar o dente e observar por um período determinado. 0 Cirurgião Dentista deve também orientar os pais sobre os cuidados a serem tomados na área afetada, assim como sobre futuros problemas que poderão comprometer a dentição permanente.
Mudança de cor do dente que sofre traumatismo
É comum ocorrer após 2 ou 3 dias do acidente uma mudança de cor, um escurecimento da coroa do dente. Essa mudança pode se perpetuar e nesses casos quase sempre há perda de vitalidade do dente, e um tratamento de canal se faz necessário.
Nos dentes de leite, nem sempre uma mudança de cor da coroa significa perda da vitalidade e, em muitos casos, a cor poderá retornar, ao seu normal. 0 Cirurgião Dentista deve ser consultado, para ser feito o acompanhamento.
Dente fraturado
É comum a fratura de um ou mais dentes em consequência de um traumatismo. Além disso, muitas vezes pode ocorrer que o nervo do dente se danifique. Deve-se sempre consultar o Cirurgião Dentista para que ele possa avaliar a extensão do dano, tratar a fratura e prevenir eventualmente problemas da vitalidade futura do dente.
A melhor maneira de se evitarem fraturas nos dentes é preveni-la e assim no caso de esportes, como andar de bicicleta, andar de “Skate”, basquete, vôlei, jogos de futebol ou “rugby” e outros esportes coletivos, é importante o uso de protetores bucais.
Converse com o Cirurgião Dentista a respeito.
Perda total de um dente
Em certas circunstâncias, como impactos horizontais, é comum acontecer um deslocamento total do dente. É essencial que determinadas condutas sejam adotadas imediatamente para que se aumentem as chances de salvar esse dente.
Se o dente for de leite, a colocação deste de volta em seu lugar não é indicada e a probabilidade de sucesso é mínima. Já no caso do dente permanente o reimplante é indicado.
Para que se obtenha sucesso no reimplante, é necessário:
Manter a calma e fazer a criança morder uma gaze ou um pano limpo, com pressão para que se possa controlar o sangramento.
Ache o dente e pegue-o dente somente pela coroa. Não toque na raiz. Resíduos devem ser cuidadosamente retirados do dente com soro fisiológico ou leite morno. Não esfregue o dente.
Coloque o dente de volta no seu lugar (no alvéolo) na boca da criança. Não se esqueça: a parte côncava do dente é do lado de dentro da boca. Faça a criança morder uma gaze ou um pano limpo, para que o dente se mantenha na posição. Procure imediatamente um Cirurgião Dentista.
Se você não conseguir colocar o dente em sua posição, mantenha-o em uma solução de soro fisiológico ou em leite morno ou mesmo na boca da criança (debaixo da língua) e procure imediatamente um Cirurgião Dentista.
O resultado final de um reimplante depende muito do período que o dente ficar fora do alvéolo e da conservação do mesmo nesse período. O dente deverá ficar fora de seu alvéolo o menor tempo possível.
O dente reimplantado deverá ser “fixado” pelo Cirurgião Dentista em sua posição e ter o seu canal tratado e mesmo assim, com o decorrer do tempo, haverá uma diminuição do tamanho de sua raiz. O tempo médio da permanência de um dente reimplantado na boca é de 1 até 5 anos e muitas vezes esse tempo é o necessário para que a oclusão se defina e novas condutas possam ser tomadas.
Fonte: Revista da APCD